Como se comunicar com as novas gerações?
Como se comunicar com as novas gerações? Marcas e equipes de marketing já competem para atrair a próxima. Neste artigo falamos sobre como tratar a “garotada” apenas como consumidores é errar rude. As novas gerações usam linguagens, canais e conteúdos diferentes, por isso, as empresas precisam ter uma comunicação dinâmica. No entanto, ainda há muitas empresas sem, ao menos, um site responsivo e/ou conteúdos próprios. O interesse pelas novas gerações é essencial, com dados populacionais recentes mostrando que elas já representam duas em cada sete pessoas no planeta, superando os baby boomers e representando 25% da população global até 2030. As novas gerações ainda gostam das lojas físicas, o que é uma oportunidade para marcas híbridas (phygital).
Não basta aderir à tecnologia mais recente, é preciso também produzir conteúdos cativantes. As gerações mais novas querem entretenimento que alivie a ansiedade, querem tutoriais que favoreçam o aprendizado direto ao ponto, sem enrolação, ou seja, conteúdos que inspirem e ajudem na realização dos seus desejos. As marcas precisam envolvê-las, ouvindo-as e entendendo seus anseios para passar confiança.
Essa compreensão terá efeitos em cascata e que vão além da cultura de consumo, abrangendo a forma como moldamos as forças de trabalho, ambientes educacionais etc. Até agora, o marketing abordou as novas gerações apenas como consumidores futuros, e esse é o problema — está fora do contexto. “Interaja com seus futuros clientes, tenha uma liderança inovadora, construa e prepare marcas para o futuro”, blá blá blá. Há diversos guias de marketing para crianças e adolescentes. Um artigo da Forbes de 2024 trata da importância do marketing de influência para alcançar essa nova geração, com estatísticas sobre como eles comprarão no futuro. Mas obter insights sobre as novas gerações vai muito além do que podemos vender a eles, pois suas vidas já são muito mais do que acumular coisas.
A lenda é que eles são nativos digitais. Usam maquiagem. Buscam orientação no YouTube. Confiam mais em influenciadores do que nos amigos – eles não têm tantos amigos, aliás. E à medida que essas ideias se estabelecem na consciência coletiva, acabam registradas como características fixas do grupo. Quando o ideal seria nos perguntar como essas ideias mudam conforme amadurecem, falar da sensação moralmente questionável do que tal conteúdo possa gerar (a ideia de que o marketing “mexe com a autoestima” dos jovens), essa estratégia incentiva uma abordagem de comunicação que levará ao erro.
Muitos viverão até o próximo século e trabalharão em áreas novas – há dez anos não imaginávamos trabalhar em IA ou RA ou em nanotecnologia, cibernética ou criptografia. Se fala muito sobre o “poder de compra” dos jovens, mas menos sobre a influência que terão na indústria, como novas carreiras se formarão e como essa combinação única de desenvolvimento tecnológico e acaso social também influenciará os tipos de histórias com as quais eles se identificam. Há um provérbio árabe antigo que diz que as pessoas se parecem mais com sua época do que com seus pais.














